terça-feira, 3 de novembro de 2009

Feira do Livro de Pelotas 2009


Sessão de autógrafos - 02/11
Contação de histórias - 04/11 - 14:30h



http://www.diariopopular.com.br/site/content/blogs/detalhe-conteudo.php?post_id=908

domingo, 1 de novembro de 2009

Vem brincar de poesia


Vem brincar de poesia é um convite irresistível!
A alegria abraça a arte e dança com a sensibilidade.
A criança é convidada a viajar na poesia, a brincar, pintar e pensar.
As atividades são divertidas e contemplam a necessidade e o prazer de interagir.
20 páginas
atividades + poesia
R$ 10,00
encomendas: sandrapopoff@hotmail.com

Feira do Livro de Caxias do Sul 2009


O Projeto Alfabetizando a Emoção esteve em Caxias do Sul para contar as lindas histórias e conhecer os pequenos leitores da Serra Gaúcha.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

quarta-feira, 12 de março de 2008

Quem quer ser grato e alegre?

A grande sinfonia de um pequeno pardal (conto infantil/Sandra Popoff)

Voa, voa, sobrevoa.
O pardalzinho a brincar.
Chama um bando para compor Sinfonias pelo ar.
Formam notas entre as cordas.
Muda, muda!
É só pular!
Contra o céu Doce de azul
O pardalzinho quer dançar.
Voa, voa, sobrevoa
O pardalzinho a contrastar
Com a tarde sonolenta
Lenta, lenta a passar...
Ah, como cantou, dançou, voou, pulou o pardalzinho.
Ele encheu de alegria tantos outros passarinhos
E juntos irradiavam vibração e contentamento.
Só não conseguiram empolgar a tarde sonolenta que se arrastava na atmosfera entre a terra e o firmamento.
O pardalzinho, porém, não queria parar e voou mais longe para chamar outros animais para compor a Grande Sinfonia de Gratidão e Alegria.
Logo avistou uma cabra e a convidou:
- Sra. Cabra gostarias de festejar a com gratidão e alegria?
- Pardalzinho, pardalzinho, muitas alegrias eu tenho e muito sou grata por ter inúmeras crias. Elas crescem e se vão deixando-me na solidão.
Assim, sr. Pardal melhor seria se convidasses o jumento enquanto minhas crias eu amamento. O jumento corria veloz pelo deserto atroz. E
le detesta o barulho das cidades, mas parou para ganhar esta nova amizade.
-Sr. Jumento montês, o senhor tem gratidão e alegria de viver? perguntou o pardalzinho. -Certamente! respondeu-lhe. Estou livre da canseira de carregar gente e ouvir gritos o dia inteiro. Eu sou livre, livre e tenho capim a vontade por aonde vou.
- Sendo assim, sr. Jumento, gostarias de participar de uma Grande Sinfonia de Gratidão e Alegria?
- Oh, não, sr. Pardal. Gosto mesmo é de ficar sozinho e não assumo compromissos sociais. Procure a avestruz. Ela é muito animada.
O pardalzinho não pensava em desistir de reunir quem grato fosse. Assim, voou até a sra. Avestruz.
o convite, a sra. Avestruz deu boas risadas.
-Oh, sr. Pardal que honra ser convidada. Logo eu que não recebi inteligência ou sabedoria. Sou grata, porém e muito me orgulho por deixar para traz o cavalo mais ligeiro e envergonhar o melhor cavaleiro. Mas não posso aceitar o seu gentil convite. Não tenho paciência para aprender notas musicais e sei que desafino.
Procure o cavalo. Será para ele um consolo, afinal. Partiu, novamente, o pardalzinho e logo encontrou o cavalo a caminho.
-Sr. Cavalo quem lhe deu tanta força? Tens, por acaso, gratidão e alegria?
-Certamente, sou grato, pois além de força tenho uma bela crina. Salto com toda a agilidade. Subo e desço colinas. Não tenho medo de nada e de nenhum perigo recuo. Avanço com ímpeto para enfrentar qualquer batalha.
- Ah, que bom que tens disposição. É alguém assim que eu procuro para criar a Grande Sinfonia de Gratidão e Alegria.
- Bem, sr. Pardal, não posso ajudar-lhe, infelizmente. Pertenço a um atribulado cavaleiro e muito ocupado me encontro atualmente.
Procure o falcão que livre voa sem qualquer obrigação.
O pardalzinho já havia perdido a conta de quantos ingratos encontrara.
Contudo, voou mais uma vez. Com um pouco de receio pela própria vida, aproximou-se do inteligente falcão. Foi logo lhe explicando o assunto para o admirável pássaro.
-Sr. Pardal, grande idéia tivestes. Sempre é tempo de celebrarmos com gratidão e alegria. Porém, estou de partida para o sul e como sabes, temos épocas e estações que não esperam. Não quero entrar numa fria.
Convide a águia que já o observa do alto daquele rochedo. Reunindo todas as forças, subiu o pardalzinho quase sem fôlego para convidar a majestosa águia.
-Sra. Águia fostes agraciada com muitas habilidades e és exemplo até para os homens. Serias, também, grata e alegre para participar da Grande Sinfonia de Gratidão e Alegria? A águia olhou profundamente através dos olhos do pardalzinho e viu a sua pureza. Não iria, no entanto, participar do grande evento. Teria de alimentar os seus filhotes até que pudessem voar com destreza.
- Convide o hipopótamo, disse ela. Ele foi criado de um modo admirável. O pardalzinho encontrou o hipopótamo comendo ervas tal qual um boi. De longe, via-se que tinha força em seus músculos reforçados.
- Boa tarde, sr. Hipopótamo. És uma obra-prima de Deus. Tens, portanto, motivos para ser grato e alegre. Convido-lhe, então para participar da Grande Sinfonia de Gratidão e Alegria.
- Sim, sou grato e sou alegre. Tenho dentes afiados como espada e ossos duros como bronze. Deito debaixo d’água e me esparramo revolvendo a lama. Quando o rio transborda nada me incomoda. Mas quanto a participar da tal sinfonia, não poderei. Gosto de sossego e nada me prende. Jamais haveria quem pudesse furar o meu nariz para puxar-me com uma corda. Vá até o pântano.
Encontrarás o crocodilo. Ele é esplêndido e tem muito potencial. Já mais destemido e confiante para procurar animais tão ferozes, lá foi o pardalzinho com as suas asinhas velozes. Mal avistou o crocodilo e perdeu toda a coragem. Admirou-o de longe enquanto o crocodilo dormia ao sol. As suas formas eram perfeitas, as escamas tão grossas e unidas que não poderiam ser transpassadas nem pela mais afiada espada.
O crocodilo abriu os olhos e espirrou fazendo voar milhar de gotículas de água. Cada gota pela luz do sol foi iluminada. Então, abriu bem a boca soltando ar quente capaz de fazer carvão virar fogo ardente. Que terrível figura! A sua presença espalha medo. A sua tremenda força o torna incomparável e o mais valente dos homens fugiria apavorado. Logo depois, o crocodilo moveu-se deixando sulcos no chão até chegar à beira do rio. Atirou-se à água levantando a lama grossa e deixando um rastro branco sobre a água denunciando a sua rota.
O pardalzinho mal respirava:
- Não há na terra um animal semelhante ao crocodilo que não sabe o que é medo. Ele despreza outros animais ferozes. É como um rei entre os animais selvagens. As pernas do pardalzinho tremiam. Era a hora de descansar da jornada. Encolheu as pernas finas e aconchegou-se em uma porção de terra fofinha. Dos seus olhos escorriam duas pequenas lágrimas que desceram e tocaram a terra.
- Por que choras, pardalzinho? Indagou a terra. - Muito sou grato e alegre, boa terra. Planejara executar uma Grande Sinfonia para que todos pudessem demonstrar sua alegria por existir e a gratidão ao tão inteligente criador. Vejo que são poucos os que se importam com tão sublime propósito.
-Compreendo a sua dor, sr. Pardal. Mas esta é a realidade. Desde o tempo em que Caim manchou-me com o sangue do irmão vejo que todos andam como fugitivos errantes sem saber para onde vão. Além disso, fomos todos dominados pela força e vontade do Destruidor.
Nada há a fazer, a não ser ter paciência, esperança e amor.
A gloriosa liberdade virá e não haverá mais espinhos, ervas daninhas, poluição e nem morte. Mas não será pelo nosso esforço ou ação, pardalzinho. Noutras mãos está a nossa sorte. Esperamos pelos filhos de Deus. A eles foi dado o poder e a vitória sobre o Destruidor, mas eles adormeceram nas trevas e amam o que não tem valor. Por onde quer que andares verás violência , morte, sofrimento e dor e como dizes: - Poucos se importam em conhecer o Criador. Doía o coração do pardalzinho.
Não cantava mais.
Não dançava como os outros passarinhos.
Não pulava para lá e para cá.
Não haveria a Grande Sinfonia e a idéia que tivera até a maldizia.
Suspirava o pardalzinho olhando para o céu azul e foi do céu que ouviu a mais perfeita harmonia. Nota por nota entrava-lhe pelo ouvido e fortalecia o coração. Seriam os anjos cantando uma sublime canção?
Olhou, depois para a estrada e viu um grupo alegre de crianças a cantar, dançar e pular.
- Graças a Deus, a alegria voltou! Gritou o pardalzinho. Os meninos faziam dois coros com gratidão e alegria: Uns cantavam:
- Vamos fazer o melhor para Deus! E os outros respondiam:
- O excelente Ele já fez! A tarde perdeu o sono e entregou-se ao momento singular. O céu tingiu-se de magníficas cores em milhares de tons e nuances do laranja ao lilás. Os meninos cantavam ainda:
-Um dia mais glorioso virá! O direito dos filhos de Deus será restituído.
Todo o mal da Terra será banido.
Este dia virá.
Ele virá.